sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dupla da McLaren é destaque até agora


A temporada da F-1 se encaminha para sua metade e já é possível apontar o maior destaque até agora: a dupla da McLaren. Poucos imaginavam que Lewis Hamilton e Jenson Button trabalhariam tão bem juntos e se completariam tão perfeitamente. Não é à toa que eles ocupam as duas primeiras posições do Mundial de Pilotos e fazem com que a equipe inglesa esteja na ponta do Mundial de Construtores.

Na verdade, a maior surpresa é o desempenho de Button. Muitos achavam que o atual campeão, ao sair da Brawn, seria esmagado por seu compatriota. Mas ele não se intimidou diante do vencedor do título de 2008 e tem dado trabalho ao companheiro.

Button venceu logo na segunda corrida, na Austrália, e levou a melhor também na quarta etapa, na China, em que alcançou a liderança do campeonato, perdida na sexta prova, em Mônaco. Apenas no domingo passado, no Canadá, Hamilton superou a quantidade de pontos do companheiro. Para tanto, precisou vencer duas corridas seguidas, em Istambul e em Montréal. Em ambas as ocasiões, Button seguiu Hamilton de perto e foi segundo colocado.

O curioso é que, como já escrevi em outro texto, os dois britânicos têm estilos de pilotagem totalmente diferentes. Enquanto o ex-Brawn gosta de carros neutros, tem uma tocada limpa e sabe poupar pneus, o fiel funcionário da McLaren vai para cima sempre que pode e costuma dar espetáculo. Essa reação química entre ambos poderia ser explosiva, mas é, por enquanto, bem-sucedida.

O relacionamento entre Hamilton e Button parece estar bom e, em frente às câmeras, eles aparentam ser amigos. Mas será que, na reta final do campeonato, quando eles estiverem na disputa pela taça, as coisas continuarão assim? É uma das grandes dúvidas da temporada.

Outra é se a Red Bull terá capacidade de reagir, já que a McLaren cresce progressivamente e já é superior em circuitos onde se depende menos da pressão aerodinâmica. A equipe inglesa, a mais inovadora desta temporada, tem o melhor duto de ar, o que dá a ela uma boa vantagem em retas, mas o crescimento dela não se baseia somente nisso. Os dirigidos por Martin Whitmarsh sabem como fazer um carro evoluir durante uma temporada, algo que foi provado no ano passado, quando Hamilton saiu de duas provas com a vitória mesmo após um péssimo começo de ano.

Mas o GP da Europa, nas ruas de Valencia, na Espanha, dará maiores chances à Red Bull de mostrar que ela ainda está na jogada.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Outro acidente entre companheiros na F-1

Muito se falou da colisão entre Mark Webber e Sebastian Vettel, companheiros de Red Bull, no GP da Turquia do último domingo. Na verdade, o australiano, na liderança até então, economizava combustível, enquanto o alemão acreditava ser melhor negócio ultrapassá-lo em vez de correr risco de perder posição para Lewis Hamilton.

Só que Webber não cedeu, manteve-se na mesma linha, e Vettel, que estava na esquerda, foi um pouco para a direita quando já tinha mais de meio carro de vantagem, imaginando que seu parceiro faria o mesmo. Mas não o fez, e o alemão levou a pior. O australiano, mesmo assim, pôde ser o terceiro colocado em Istambul.

O incidente me fez pensar na batida entre os companheiros de Williams Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher no GP dos Estados Unidos, em Indianápolis, em 2002. Na abertura da segunda volta, o colombiano estava na quinta posição, logo atrás do alemão, e tentou ultrapassá-lo por fora. Como resultado de uma perda de controle durante a manobra, o irmão de Michael teve seu aerofólio traseiro arrancado. Montoya conseguiu ser o quarto colocado naquela corrida, vencida por Rubens Barrichello (vitória "doada" por Michael Schumacher), enquanto Ralf foi o último entre os que chegaram ao fim.

Assistam à batida a partir de 37 segundos de vídeo: