Jornalista tem de sentir na pele algumas coisas para entender a realidade sobre a qual escreve. Faço isso às vezes, disputando corridas de kart. A última vez aconteceu na sexta-feira, na Aldeia da Serra.
Exatamente às 21h eu estava no kart número 21 pronto para sair dos boxes. Eu seria o primeiro de 12 a deixar o pit lane. E realmente fui. Só que, para minha infelicidade, o kart "morreu" uma curva depois. Fui em direção à área de escape, onde o deixei, e saí correndo para voltar às garagens. Por sorte, perdi pouco tempo e peguei o número oito.
Demorei a me adaptar à pista, na qual não corria desde 2005. Marquei o quarto melhor tempo nos dez minutos classificatórios. Sabia que tinha mais velocidade em mim que isso.
Logo na largada tornei-me vice-líder e, nas voltas seguintes, assumi a liderança. Quase perdi a ponta instantes depois, mas houve uma confusão mais atrás que me beneficiou.
Fiquei na primeira posição no primeiro terço de prova e fui superado por dois pilotos ao mesmo tempo, praticamente. Comecei a perseguir Alcides, nosso amigo e bom piloto de kart amador. Meu equipamento estava melhor de reta que o dele e sabia onde tinha de ultrapassá-lo. Houve duas ou três inversões de posição durante dez voltas. Na penúltima, dei o bote final e consegui o segundo lugar, levando ainda a melhor volta da corrida.
Ao término da prova, apagaram-se as luzes e fomos debater as disputas de pista, como sempre. Você troca ideia até com quem você nunca tinha visto antes, revive a corrida. Nessas horas percebo por que gosto tanto disso.
Elis, Tom & a turma do bom-gosto
Há um ano